segunda-feira, 7 de maio de 2007

ABRINDO A GIRA...

Continuando o texto Firmeza de Terreiro...

Por Rodrigo Queiroz

O turíbulo rompe adentro soltando fumaça quando a curimba aquece o couro e o Ogã chama:
- Defuma com as ervas da Jurema, defuma com arruda e guiné...
A fumaça toma conta do ambiente criando uma névoa luminosa, conforme passa por cada pessoa, cai no chão larvas e cascões grudados no corpo etérico dos indivídos que no mesmo instante é recolhido pelos elementais da terra e do vegetal que ali transitam com os mais variados fins. Estes elementais são considerados pelos esotéricos como duendes e gnomos, são pequeninos e promovem um trabalho inigualável no auxilio aos encarnados. Neste caso eles recolhem estas “sujeiras” em uma espécie de balde, e serão utilizados para outros fins como alimentar outras espécies de seres ou mesmo se transforma em remédios quando combinados com outros elementos.
Na consulência todos ansiosos se acalmavam com as vibrações dos tambores que emitiam luzes diversas em direção a todos e ondas vibratórias penetravam profundamente as estruturas etéricas dos presentes.
Foi quando chegou uma mulher de meia idade cambaleante, a cambone de recepção a amparou mas nem foi notada pela mulher que parecia estar em transe, sentou-se com os olhos vidrados no Dirigente. Do lado de fora os sentinelas seguraram três seres que a acompanhava, mas ela estava toda envolvida por um emaranhado de cordões, uma espécie de cabelos grossos e viscoso. Ao redor da cabeça uma névoa muito densa a circulava impedindo que percebesse as energias mais sutis do ambiente. Dela eram projetadas energias negras e densas. Não é comum encontrar seres tão negativados assim.
A presença desta mulher causou desconforto vibratório nos consulentes á sua volta.
- Salve o cheiro! – saudou o dirigente.
- Cheirou! – responderam todos.
O Dirigente João iniciou a prece com muita concentração, da vela a sua frente eram projetados fachos incandescentes que iam sendo absorvidos pelo chakra frontal dele e se iluminando.
Na corrente mediúnica alguns médiuns experenciavam a mesma situação e outros não.
Na consulência, as Pomba Giras iam emanando fluidos de conforto e desobstruindo os chakras cardíacos mais densificados.
Após as orações, cantaram Hino da Umbanda, louvor ás sete linhas, exu, oxalá e iniciou o toque para a linha de trabalho da noite.
- Bahia, oh áfrica, vem cá nos ajudar...força baiana, força africana, força divina vem cá vem cá...
Agora do assentamento de baianos no altar, um simples assento com um pequeno alguidar com palha da costa formando uma espécie de ninho, dentro um coco seco partido ao meio com mel e batida de coco, ao lado um paieiro aceso e uma vela bicolor amarelo e preto acesa, dele era projetado um facho de luzes entrelaçadas, parecendo uma trança que ia circulando ao redor dos médiuns que em contato com esta energia sentiam seu corpo vibrar, alguns confundiam que fosse o próprio guia mentor que estivesse ao lado...Porém, próximo a porteira que separa a consulência do corpo mediúnico um portal de luz amarela começou a se formar.
A curimba repica o toque e num barravento anunciam a chamada do chefe da gira:
“Na Bahia tem sete cocos;
Na Bahia tem baiano;
Vou chamar lá da Bahia,
O baiano sete cocos...”
De dentro do portal sai o mentor evocado que se aproxima no dirigente, projetando seu cordão frontal de conexão, mediunizando Seu João que rodopiando no eixo anuncia a chegada do guia que passo continuo recebe saudação de todos com forte acelerada no toque do tambor e palmas dos presentes, com seu jeito cambaleante particular, carranca o rosto e cumprimenta sisudamente a todos, aproxima-se do Congá cumprimentando-o.
Todo este trejeito e movimentação não é o espírito que executa exatamente, ele do lado do médium vai dando os comandos que o mesmo como um “robô” executa a ordem, ao rodopiar uma movimentação energética se faz, ao dançar, ao cantar também, o mentor se responsabiliza pela “magia” que acontece em parceria com o médium.
Voltando à narrativa...
Continua...

9 comentários:

Anônimo disse...

Ahhhh...impressionante os detalhes dessa narrativa...é como se estivéssemos dentro dela...
...e ficamos aqui...ansiosos pela continuação...
Um grande abraço...

sr° duergnes disse...

Este relato traz a vibração da falange dos baianos! é incrivel com é perceptível...parabens

Adriana disse...

Mor,
Realmente ficou maravilhoso. É um texto muito envolvente a ponto de sentirmos as vibrações, energias e tudo mais. Até parece que estamos em uma gira de baianos!!
Muito boa essa sensação.
Vou ficar aguardando ansiosa pela continuação.
Beijos
Linda

Anônimo disse...

Olá Rodrigo, faço parte do grupo casa de umbanda e templo de umbanda, passei para dizer-lhe que fico aguardando anciosa um novo artigo em seu blog, SÃO MARAVILHOSOS!!!!!

Parabéns e que Nosso Mestre continue te iluminando sempre.

Abraços fraternos.

Anônimo disse...

Caro irmão Rodrigo poderia me enviar a narrativa inteira principalmente anterior a esta fico muito agradecido,

obrigado pelo ensinamento que vos passa para o seu proximo....


Carlos

Anônimo disse...

Espetacular sua narrativa...espero ansiosa pela continuação...

Unknown disse...

Salve Rodrigo, se vc me mandar a narrativa por inteiro eu dou agradeço muito, nota 10 essa narrativa...

Unknown disse...

Rodrigo,

A ansiedade pela continuação do conto só é superada pela beleza do mesmo.

Aguardo ansiosamente pelo que já antevejo ser uma bela continuação.

Parabéns por nos inspirar desta forma!

Anônimo disse...

Olá Rodrigo, só agora estou lendo seu blog, por isso essa pergunta é tardia... mas cadê a continuação?

Caraca, fiquei aki ansiosa pelo resto... kakakakakakaka

Já li todos os textos posteriores e não a encontrei!

Grata