quarta-feira, 14 de abril de 2010

ENTREVISTA COM ADRIANO CAMARGO

PORTAL ICA ENTREVISTA
ADRIANO CAMARGO, O ERVEIRO DA JUREMA

Conhecido como “O Erveiro da Jurema”, nascido em Maio de 1970 em berço Umbandista, Babalaô Sacerdote da religião de Umbanda, formado e portanto filho de fé de Pai Ronaldo Linares (Federação Umbandista do Grande ABC) e de Rubens Saraceni (Colégio de Umbanda Pai Benedito de Aruanda). Adriano Camargo, depois de trabalhar por mais de 20 anos no mercado corporativo, hoje se dedica à religião, e à incansável difusão do conhecimento das ervas e elementos da natureza e da Umbanda, sempre com simplicidade e bom senso. É colunista fixo do Jornal de Umbanda Sagrada, o JUS, e já participou de vários veículos de comunicação como autor e como entrevistado; é autor do livro “O Poder das Ervas”, lançado pela editora Panorama em 2003 e com edição esgotada. Participou de vários programas de rádio e TV, destacando TV Espiritualista e TV Umbanda Sagrada TVUS (internet), Show+ de Dárcio Arruda (TV Mais), e Olha Você (SBT). Tem através dos vários cursos, palestras e rituais que ministra desde o ano 2000, levado o conhecimento ao semelhante, baseado nas regras de Amor e Bom Senso que são as únicas exigências que Mãe Natureza faz a quem quiser conhecer sua própria natureza.
 
É dirigente do Templo Escola Ventos de Aruanda, onde forma médiuns, sacerdotes e acima de tudo seres humanos conscientes de sua evolução.
 
Em entrevista exclusiva para o Portal ICA o “Erveiro” conta um pouco de sua trajetória e elucida sobre algumas questões acerca da convivência com o reino vegetal.
 
ICA - Erveiro, conte-nos como foi seu primeiro contato com as ervas e o que ou porque sentiu-se tão atraído por elas ?

Erveiro - Tenho que dividir essa resposta em momentos e situações...
Eu praticamente cresci num ambiente familiar que proporcionou o contato com as ervas. Eram os chás, os temperos marcantes, as ervas no quintal, sempre cuidadas com carinho...
Os banhos eram preparados semanalmente, pois coincidiam com os trabalhos no terreiro. Eu nunca mexia diretamente com as ervas, minha mãe era quem colhia e preparava.
Nessa ocasião, eu não imaginava que poderia trabalhar com o elemento vegetal de forma tão intensa, mas inconscientemente isso já estava sendo desenhado em meu espírito. Esse contato natural fez com eu percebesse que as práticas são simples, sem dogmas e folclores, seguindo a premissa básica do respeito ao ser vivo.
Quando entrei no caminho mediúnico, a proximidade com as entidades espirituais que “lidavam” com as ervas, fez com que eu buscasse esse conhecimento. E apenas encontrei o conhecimento sobre a fitoterapia e o uso popular, pois o uso ritualístico era restrito aos iniciados.
No entanto as ervas me chamavam e eu percebia que era possível realizar com elas, de forma natural, simples e objetiva.
Essa percepção me levou a receber do astral superior a incumbência de aprender e divulgar essa simplicidade.
 
ICA – Você comenta em seus textos sobre a importância de dar função às ervas. Como é isso? Espada-de-São-Jorge tem outra função a não ser afastar a negatividade?

Erveiro - A palavra tem poder. Tanto poder que levou a plenitude ao vazio, de acordo com a gênese católico-cristã.
Nós criamos campos energéticos ao proferir palavras, ao dar determinações, mesmo de forma inconsciente, nós criamos as condições para a realização de tudo.
Espada de S. Jorge tem esse nome pois é associada à força desse santo guerreiro, que de forma simbólica, ao matar o dragão, é o bem que sobrepuja ao mal. Da mesma forma simbólica, nós associamos a função energética à nossa necessidade.
Afastar a negatividade é uma definição muito superficial e bastante simples para essa erva, vamos pensar, se é espada é porque pode cortar.
 
ICA – Se um indivíduo compra um vaso de sete ervas e coloca na porta de sua casa, automaticamente ele está protegido?

Erveiro - Automaticamente ele cria um campo de intenção. A potencia desse campo está ligada à forma dele determinar as ações necessárias.
 
ICA – É tradicional que o conhecimento dos antigos erveiros fosse transmitido oralmente e de uma maneira restrita, limitado a pouquíssimos “escolhidos”. Porque você num determinado momento sentiu necessidade de multiplicar o saber sobre o Reino Vegetal?
 
Erveiro - Da mesma forma que eu senti necessidade de alguém que pudesse me dar respostas coerentes em relação à magia natural, eu imaginei que outros irmãos, buscadores como eu, estivessem no mesmo caminho de necessidade.
Se o uso das ervas fosse exclusividade de algum “escolhido”, cresceria só no quintal dele.
 
ICA – Comente sobre os curso que você criou e suas temáticas.

Erveiro - Cursos simples e objetivos, onde vamos evoluindo conforme o conhecimento vai encontrando “solo fértil”.
É dividido em módulos e especificidades:

Ervas Ritualísticas Modulo I Básico
Ervas Ritualísticas Modulo II Águas e Ervas
Ervas Ritualísticas Modulo III Consagrações
Ervas Ritualísticas Modulo IV Ervas e Pós
Ervas Ritualísticas Modulo V Portais de Cura com Ervas
Banhos, defumações e benzimentos – conceitos básicos
Ervas na Umbanda – segmentado para terreiros e grupos de interesse comum
Ervas para Sacerdotes – específico para quem tem envolvimento com as funções fundamentais e fundamentadas no terreiro.

ICA – Como você vê esta possibilidade de ensinar sobre as ervas utilizando-se de um método virtual?
 
Erveiro - Uma novidade para todos nós. Um desafio, pois é importante o envolvimento dos sentidos físicos com a erva, e nessa modalidade teremos que passar esse “sentir” de outra forma.
Nesse modelo gravado para o EAD, fizemos o básico de Umbanda, com noções e conceitos básicos para banhos, defumações, compreensão de categorias e fumos sagrados.
Ele cumpre o que se propõe e abre portas para a continuidade, o que é bastante importante, pois não nos formamos erveiros, no tornamos conhecedores e manipuladores de ervas pela dedicação e envolvimento, e isso determina ser ou não um erveiro, um mateiro ou raizeiro.
 
ICA – O que o estudioso vai encontrar neste primeiro curso virtual “Ervas na Umbanda”?
 
Erveiro - Um pouquinho da minha experiencia pessoal com as ervas, meu envolvimento e um despertar para a grandiosidade que é lidar com os elementos da natureza de forma consciente.



INSCRIÇÃO:

Um comentário:

Unknown disse...

Como é bom ouvir pessoas falando assuntos importantes de forma clara, Rodrigos suas palavras saem tão limpas e claras que aos meus ouvidos são como bálsamo. Parabens a você, parabens a Umbanda.