Por Rodrigo Queiroz
Quando assisti o filme “O dia em que a Terra parou”, imediatamente associei a história com a Umbanda, não com o terreiro, mas com o universo astral que circula na Umbanda e vim ensaiando de escrever algo.
O filme é um remake do clássico de 1951 que, por sua vez, foi baseado num conto de Harry Bates, chamado Farewell to the Máster. Conta a história do alienígena Kaatu que vem a terra com seu robô sentinela Gort, para salvar o planeta de nós humanos. A ordem é implantar um sistema para preservar o planeta, numa espécie de missão “arca de noé”, recolhendo exemplares de todas espécies animais em bolhas “plásmicas” e destruir a espécie humana que está esgotando a natureza da terra sem o menor pudor. Quando Kaatu é atingido por um tiro e então preso no hospital ao ser interrogado e falar do seu propósito se indigna com a postura da Secretária de Defesa quando dispara: “Vocês não tem o direito de invadir meu planeta”. E é justamente essa postura de propriedade que a espécie humana mantém perante o planeta que permite tal esgotamento de suas fontes naturais.
O paralelo que faço com a Umbanda é a idéia da existência de outras dimensões ao nosso redor que abriga outras espécies de vida inteligente e tem no planeta terra sua fonte de sustentação natural. Porém com um diferencial em relação aos humanos, estas espécies preservam o planeta e nós esgotamos.
O terreiro de Umbanda abre a oportunidade de convívio com estas espécies e realidades, inclusive venho escrevendo alguns textos relatando esta convivência, trata-se dos elementais (duende, gnomos, ninfas, silfos, etc), encantados (orixás incorporantes, seres de outra dimensão), espíritos (humanos no plano etérico), animais e uma gama infinita de magnetismos provenientes de elementos oferecidos pela natureza.
Sabemos claramente deste intercâmbio, da necessidade que nós humanos temos de interagir com estes seres e vice-versa. A questão é: qual o tamanho da nossa responsabilidade? Ou melhor, já que nos é dado a oportunidade de habitar físicamente este planeta e até modificá-lo a nosso favor, estamos dignificando nosso uso planetário? Sabemos a resposta.
Fico preocupado em imaginar uma rebelião de duendes, gnomos, encantados etc. (risos)
É leitor, vale a pena se atentar sobre as realidades paralelas que dependem deste planetinha e que nós prepotentes humanos tanto precisamos, mas faz questão de fazer de conta que não sabe disso. Estamos todos entrecruzados e somos o resultado disso, portanto como diz Fritjof Capra, “uma ação aqui reflete numa estrela no espaço”.
Outro ponto interessante do filme é o sentinela Gort, que apresenta a idéia do guardião pronto para a execução implacável conforme a lei, então qualquer semelhança com Exu é “mera coincidência”.
Por fim, mesmo Klaatu estando convicto de sua missão e Gort já ter iniciado o processo de extermínio da raça humana e tudo o que ela criou, ele precisando da ajuda de uma humana percebe que a raça alvo tem algo de bom, que é capaz de ser bom e decide dar mais uma chance e aborta a missão.
Mais um encontro com as lições de terreiro que normalmente na boca de um preto velho diante nossas ansiedades e desesperos pelo resultado de nossas próprias ações nos consola: “É mi zi fio, agora que vós zuncê sabe do erro, comece a acertar, pois é sempre o tempo para fazer diferente”.
Então caro leitor, vamos refletir e mudar nossos hábitos e não deixar chegar “O dia em que a gira parou”.
Saravá!
Um comentário:
Foi muito legal você fazer essa comparação entre o filme e a Umbanda.
É incrível a semelhança entre o sentinela com os Guardiões e Guardiãs de nossa Amada Umbanda, mas o que mais me marcou, foram as cenas em que ele envoca as forças da natureza, e uma nova dimensão se abre, como os portais, são cenas que arrepiam.
Ótima indicação de filme!!!
Tenho certeza que com essa análise muitos assistirão com outros olhos,rs.
Beijo bem grande!!!
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